terça-feira, 6 de julho de 2010

Angolana, portuguesa ou nada disso ao mesmo tempo.....


Ok, ja estou ficando viciada (e olha que tem dois minutos que voltei).

Mas não posso fechar essa noite sem falar do que atualmente me tira dias e noites de pensamentos livres (daquele tipo que não da em nada, tipo novela das 6).
Mas voltando a questão da pátria. Eu nunca em minha vida tinha percebido que isso era importante ate o dia que meu pai morreu (no ultimo dia 01 completaram dois anos). Não digo isso por meu pai ter sido uma grande influencia portuguesa na minha vida. Mas ele era de certa forma a mais constante. Minha mãe sempre me passou a ideia de que não tinha raízes. Ja meu pai sempre que podia voltava para Portugal. Sempre que podia estava com pessoas da sua pátria. Acho que isso de certa forma me deixava mais próxima de Portugal e assim dele. Mas quando ele foi...... tudo caiu. Meu mundo veio abaixo e eu me vi pela primeira vez sem raízes e sem pátria. Por favor, não me entendam mal. Eu tenho raízes, so não sei bem onde elas estão. Fui criada no Brasil, mas não me sinto brasileira. Me sinto em alguns momentos carioca. Mas não brasileira. Tenho dois filhos brasileiros mas eu não sou.
Um amigo me disse que isso não era importante. Minha analista me fala que isso era o mais importante. Então continuo cheia de duvidas...... mas alguma coisa tem mudado e acho que tem relação com a minha crença. A cada dia que passa me aproximo mais da minha África, da minha Angola. Mas eu a descubro pelos olhos e palavras de outras pessoas. Acho (olha eu achando ai) que preciso ter os meus olhos e as minhas palavras sobre ela, mas enquanto isso não acontece. Uso as palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen:
" Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silencio e por renuncia
Ate a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades...."

Nenhum comentário:

Postar um comentário